terça-feira, 22 de novembro de 2011

Obras selecionadas para o Concurso Nacional de Leitura

"Contos", Eça de Queirós


«Singularidades de Uma Rapariga Loura»

É umahistória de amor. O amor de um jovem honesto e trabalhador, Macário, por uma rapariga loira que "Tinha o carácter louro como o cabelo - se é certo que o louro é uma cor fraca e desbotada: falava pouco, sorria sempre com os seus brancos dentinhos, dizia a tudo «pois sim»; era muito simples, quase indiferente, cheia de transigências." É por esta rapariga que é aparentemente dócil e sem vontade própria que Macário se apaixona, a ponto de sair de casa de seu tio Francisco, onde trabalhava como escriturário e ir até Cabo Verde em negócios, só para merecer a mão de Luísa. No entanto, Luísa é, de facto, uma rapariga loura e singular....

“Tesouro”

O conto “O tesouro” descreve a história de três fidalgos decadentes, Rui, Guanes e Rostabal, que ao tomarem posse de um cofre cheio de ouro tomam as mais deprimentes atitudes. A cobiça e o egoísmo são marcas constantes da narrativa. Rui, Guanes e Rostabal são irmãos e, devido às circunstâncias em que vivem, tornaram-se seres animalescos, e por isso são incapazes de sentir amor uns pelos outros, numa recusa de humanização, o que culmina em um desfecho trágico.Apesar das circunstâncias difíceis em que se encontravam, falidos e à beira da miséria, as personagens não se redimem, pois têm castigos à altura do quanto ousaram infringir as leis de Deus e dos homens.

“A Aia”


“A aia” é a história da ama de leite de um príncipe, exemplo máximo de valores como a lealdade e a fidelidade.O conto começa com o rei derrotado e morto após uma batalha. A rainha desolada tentou fazer de tudo para proteger o seu filho, herdeiro do reino. Contudo, o tio da criança, o irmão bastardo do rei, um homem tenebroso e sombrio, estava ansioso por se sentar no trono, e disposto a tudo para consegui-lo.Uma noite, depois de embalar o príncipe, a aia deitou-se e adormeceu. Mas rapidamente acordou com o barulho dos passos do bastardo, que vinha para matar o príncipe….


Luís Sepúlveda - "O velho que lia romances de amor"


Algures na Selva amazónica onde só os barcos chegam, vive António José Bolivar, um homem idoso que aprendeu a viver na selva com os índios Shuar.
Depois de viver quarenta anos na selva longe do mundo onde nasceu e cresceu, os livros são o seu bálsamo que lhe permite enfrentar a dura realidade do mundo que o rodeia.
É em torno do velho José, da pobre aldeia perdida na selva em que vive e dos seus habitantes, que se desenrola a história. Um dia o rio traz um cadáver de um gringo, rapidamente há quem tente culpar os índios da sua morte, mas o Velho António José sabe que não foram os índios e sabe também que haverá mais mortes, porque um animal acossado e no seu ambiente natural é um inimigo terrível.

Este é o mais conhecido dos livros do autor chileno Luís Sepúlveda. “O velho que lia romances de amor” foi dedicado a Chico Mendes, morto numa emboscada por defender a floresta e os direitos das tribos amazónicas.
A grande floresta amazónica, um dos locais do mundo onde sobrevivem espécies raríssimas de fauna e flora é o verdadeiro protagonista do romance, cuja mensagem é transmitida pelos olhos de António José Bolívar, o velho eremita que vive na floresta e que lê romances de amor.

Este é um excelente livro de um autor que tem um enorme sucesso no nosso país, ao melhor estilo do Realismo Mágico, a escrita descritiva leva-nos até ao interior da selva e à alma das personagens, quase que conseguimos sentir o calor húmido e os cheiros intensos que caracterizam a selva.

As Professoras de Português

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