quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A CEREJA NO TOPO DO BOLO




Sempre aprendi na minha vida, como aluna e formadora, que uma das alianças mais importantes no ensino profissional passava inevitavelmente por partilhar todo o saber adquirido ao nível da minha experiência profissional com o desejo de formar na escola, ou em qualquer outro contexto educativo, novos profissionais cada vez mais capazes e eficientes.




No meu caso, posso dizer que a minha entrada no mundo da cozinha e da restauração, onde tento conciliar precisamente a minha vida profissional com a de formadora, passou não só pela paixão pela restauração, tanto como por um desejo mais próximo e profundo de contato com o cliente.
Só mais tarde, e graças à proximidade com todos aqueles profissionais e formadores que me marcaram durante a vida escolar, fui descobrindo que a aquisição das técnicas neste universo me haveriam de conduzir à paixão pela cozinha, algo que nunca antes imaginara vir a acontecer.
Tendo dado os meus primeiros passos como formadora a partir de 2003, fui percebendo ao longo do tempo, e até hoje, que a vocação do ensino profissional, não só nas áreas da cozinha e da restauração, passa essencialmente pela partilha de conhecimentos e experiências com os alunos que estão a iniciar a sua formação técnica, como pelo prazer de cultivar aquilo que considero uma arte.



Nesse sentido, é por isso que gosto de comparar a cozinha a um "menu" que deve ter como "pratos principais" a paixão, a emoção e o sentimento, sem nunca esquecer o rigor, a dedicação e a disciplina de um mercado de trabalho cada vez mais exigente.




O ensino profissional deve portanto preparar os alunos com o sentido prático e real desse mesmo mercado de trabalho, muitas vezes levando-nos a abdicar de questões do plano pessoal, sabendo que só assim é possível atingir a excelência e a qualidade necessárias a este campo, acompanhadas sempre de um forte sentido de humildade no nosso percurso profissional.
Usando uma máxima tão comum e banal como aquela que nomeia este pequeno artigo, é isso que representa na minha opinião "a cereja no topo do bolo" de uma profissão que a todos nós, os que nela vivem e nela pretendem viver, deve continuar a apaixonar.



Chef Lisa Silva



Formadora de Cozinha/Pastelaria da EHF

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