terça-feira, 20 de março de 2012

Saberes e Sabores no MASE

No passado dia 17 de março, realizou-se no Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima (MASE) uma atividade conjunta entre este museu e a Escola de Hotelaria de Fátima (EHF) com o intuito de conjugar os saberes do museu com os sabores confecionados pelos alunos da Escola.

Ao longo de todo o dia os visitantes puderam apreciar algumas iguarias relacionadas com as temáticas do museu, iguarias que se dividiam em doces, frutas e salgados. No âmbito dos doces foram confecionados mini toucinho-do-céu e mini pão de rala. Nas frutas os visitantes puderam provar mini espetadinhas de frutas exóticas em marinada de especiarias e mini sushi de manga com gengibre. No que se refere às iguarias salgadas, estavam disponíveis sabores medievais, sabores da América e de África e ainda iguarias regionais concretizados nos seguintes pratos: Shot do hipocraz, mini cabidela à castelão, mini guisado de Quiabo, mini caril de camarão e ananás, mini tacos com guacamole, mini salteado de couves à D. Prior e miniatura de assado de bacalhau e migas.

Do programa do dia faziam ainda parte alguns momentos musicais e uma tertúlia, que às 17:30h reuniu algumas dezenas de pessoas para ouvir um especialista em vinho do porto, Fernando Melo, que a convite da Escola de Hotelaria de Fátima acedeu em protagonizar um dos momentos altos do programa.

Fernando Melo falou-nos da sua paixão pelo Vinho do Porto, contando um pouco da história centenária que envolve o mesmo e dando a sua versão para o seu aparecimento, que segundo ele, foi de forma casual, durante as viagens de barco que levavam o vinho produzido no Douro para terras inglesas e holandesas. Falou ainda da beleza e singularidade das encostas do Douro, local onde é produzido este vinho, conhecidas pelos seus socalcos, e pelo clima único no mundo que dá origem a uvas doces para produção deste vinho, também ele único.

Explicou a forma de produção do vinho e a distinção entre Tawny e Ruby: os primeiros envelhecidos em cascos de carvalho (processo mais rápido porque está em contacto com o ar) e os segundos envelhecidos em garrafa, sofrendo um processo de envelhecimento mais lento devido ao pouco contacto com o ar. Os Tawnys são alourados e os Rubys têm uma tonalidade mais avermelhada.

Da conversa com Fernando Melo ficou ainda a informação de que o vinho do porto não deve ser bebido como digestivo, após a refeição (como é na sua grande maioria bebido) e sim para acompanhar a refeição. E tendo em conta a variedade de vinhos do porto há-os indicados para acompanhar todos os tipos de pratos, desde os peixes às carnes, às sopas e mesmo às sobremesas.

Para finalizar, refira-se a forma saborosa como Fernando Melo fala do Vinho do Porto, a forma envolvente como conta a sua história, a forma apaixonada como recorda aromas e sabores. É um excelente contador de histórias, é um grande conhecedor do Vinho do Porto e foi uma honra ouvi-lo.











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