segunda-feira, 9 de maio de 2011

Portugal na EU - Uma perspetiva sobre os próximos 25 anos


"Ficámos confusos quando chegámos a esta fase. Estamos a dar os primeiros passos na compreensão do mundo global onde vivemos e pedirem para apontarmos linhas de orientação para os próximos anos é dificil. Somos jovens, não temos soluções milagrosas e devidamente fundamentadas mas temos preocupações especificas e a nossa reflexão passou por aí, perceber o que nos incomoda, quais os nossos sonhos e as dificuldades em os concretizar.

A realidade económica atual mostra-nos que aquilo a que chamam crise bateu à porta e ninguém está bem preparado para a suportar. Dizem-nos que tudo começou com uma crise financeira, em 2008, que evoluiu para uma crise económica e mais recentemente também para uma crise social. Não percebemos se são três crises juntas ou uma com várias dimensões. Mas, independentemente de tudo a palavra é-nos muito familiar pois ouvimos constantemente acusações de que estamos na idade da crise, na crise de valores, na crise de identidade, enfim, do nosso ponto de vista, são um sem número de disparates. Estamos exatamente familiarizados com o significado do vocábulo: somos reguilas, inconformados, desajustados e utópicos, sonhamos com o impossível. Se calhar a União Europeia, dada a sua pouca idade, também está a passar uma destas crises. A história mundial parece que volta a repetir-se, quando os países se sentem ameaçados cada um se tenta defender, tentando encontrar soluções individuais para os seus problemas. Parece que é isto que está a acontecer na Europa comunitária, um aumento do individualismo e o colocar em causa de muitas decisões tomadas em conjunto. O ideal de União parece posto em causa com muitos países a assumir uma tendência mais individualista. Se calhar é sinal de que mudanças se impõem na lógica de pensamento, é preciso ajustar os botões mas sem esquecer o ideal, utópico talvez, de ver a Europa a falar a uma só voz. São passos pequenos mas que lentamente se vão aproximando.
Dizem-nos que vivemos num mundo globalizado cuja interdependência já ultrapassou há muito as fronteiras económicas então, parece-nos que apenas as decisões globais podem ser solução e a mais valia terá de ser encontrada no seio da UE e nunca na fragmentação de decisões e soluções individuais que apenas servirão para remendar temporariamente os estragos. Isso não significa ficarmos à espera que a EU resolva os nossos problemas, temos de ser reguilas, inconformados e criativos no caminho a seguir.

-Estamos preocupados porque vemos Portugal a afastar-se, em termos de desenvolvimento, da média europeia.

- Estamos preocupados com a taxa de desemprego, e já percebemos que não é só o número que interessa mas também as caraterísticas desse desemprego. Em Portugal as pessoas ficam sem trabalho porque as empresas fecham, noutros países da Europa o desemprego é fruto do processo de desenvolvimento chamado de desemprego tecnológico.

- Estamos preocupados com a inclinação da nossa balança comercial, precisamos de aumentar as exportações e diminuir as importações e isso significa tornar as nossas empresas mais competitivas, sermos bons, eficientes e eficazes.


Não temos apenas preocupações temos também sonhos para os próximos 25 anos.

- Sonhamos com educação e qualificação para todos. Sem conhecimento não há progresso, sem progresso não há crescimento e sem crescimento não há desenvolvimento.

- Sonhamos com maior investimento nas áreas de Investigação & Desenvolvimento e numa relação cada vez mais próxima entre as escolas e universidades e o mercado de trabalho.

- Sonhamos com uma Europa Verde, que respeite os limites sustentáveis do meio ambiente, que recorra a fontes de energia não poluentes e fomente o espírito de eco-consumo.

- Sonhamos com uma Europa onde todos tenham emprego e possibilidade de crescimento pessoal e profissional com aumento de experiências de estágio e contato com centros de investigação.

- Sonhamos em conhecer o mundo, contatar com as diferenças culturais que são a identidade de cada povo, viajar muito, conhecer pessoas novas, desenvolver as competências linguísticas e crescer aprendendo com outros.

Partimos do pressuposto de que independentemente das alterações que possam vir a ocorrer nos paradigmas de organização da União Europeia, a economia futura terá de basear-se na inovação e melhor utilização dos recursos cujo motor será sempre o conhecimento numa perspetiva global. Fomentar o contato com outros países, outras práticas e experiencias é potenciar talentos e reforçar competências e por isso propomos a criação do “Passaporte Jovem Europeu”. Não o apresentamos aqui como um projeto apenas como uma ideia que precisaria de ser desenvolvida.

Tratar-se-ia de um cartão, atribuído individualmente, com o plafon de 40.000 Km para os jovens poderem viajar pela Europa comunitária de forma livre. O transporte a utilizar seria o comboio, acedido de forma gratuita (mediante acordos pré-estabelecidos) .

Objetivo – promover o contato cultural, conhecimento, troca de experiências pessoais e profissionais com e nos países comunitários. Este processo facilitaria o intercambio cultural, a aquisição de competências linguísticas, a permeabilidade cognitiva. Seria reforçar a mobilidade para impulsionar o dinamismo e assim libertar o potencial inovador e criativo que é o maior recurso de uma sociedade de conhecimento."


"SONHAMOS, SONHAMOS MUITO, QUEREMOS CONTINUAR A SONHAR MAS A FAZÊ-LO A RESPIRAR EUROPA"





Eurodeputados: Jéssica Gil - porta voz; Débora Carvalho - mesa; Mónica Silva; Rute Lopes; Miriam Daniel; Leonel Marques; Paulo Baptista e André Simões


Profª responsável - Célia Vieira




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