segunda-feira, 9 de maio de 2011

Participação da EPHF no Parlamento Jovem Municipal - Os Jovens e o Futuro da Europa




"Muito bom dia a todos os presentes. Em nome do nosso grupo parlamentar queria agradecer a oportunidade e felicitar a Câmara Municipal de Ourém, na pessoa do seu Presidente aqui presente, por esta iniciativa e por acreditar na capacidade crítica e criativa dos jovens.
Representamos a Escola Profissional de Hotelaria de Fátima, estabelecimento escolar integrante da INSIGNARE mas que adquiriu recentemente autonomia funcional e pedagógica. Frequentamos cursos profissionais que nos permitirão a dupla certificação: 12º ano de escolaridade e qualificação profissional, nas áreas de turismo e hotelaria. Estamos aqui porque agarrámos o desafio que nos foi proposto, somos jovens, preocupados em perceber o mundo no qual vivemos e ambicionamos poder nele intervir de forma positiva. A equipa dos nossos eurodeputados é constituída por 8 elementos: Jéssica Gil porta-voz; Mónica Silva; Rute Lopes; Miriam Daniel; Leonel Marques; Paulo Baptista; André Simões e por mim, Débora Carvalho, que aqui assumo este papel. Em termos de metodologia, privilegiámos a partilha de opiniões, renuímos várias vezes e juntos refletimos sobre a temática proposta. Sugerimos ideias, lançámos elementos para a discussão, criticámos, desenvolvemos a nossa argumentação … enfim … aprendemos em conjunto e hoje tencionamos provar que a cidadania ativa se constrói, também, com este tipo de exercícios contribuindo para uma sociedade mais consciente."


Balanço dos 25 anos de adesão de Portugal à UE

"Volvidos 25 anos é chegada a altura de refletir sobre os objetivos que estiveram na criação da União Europeia e procurar traçar coordenadas de orientação para os próximos anos.


Não conhecemos a realidade antes da adesão, quando nascemos já se respirava Europa, mas baseados nos dados estatísticos e na percepção da opinião dos portugueses parece que podemos afirmar que a adesão de Portugal à União Europeia veio a revelar-se um marco histórico, traduzindo-se num período de grande estabilidade e prosperidade para Portugal. No entanto, parece que o entusiasmo inicial, a fase de deslumbramento, que caraterizou os primeiros 15 anos de adesão, não se assemelha ao sentimento que vivemos hoje, provavelmente porque o ritmo da melhoria da qualidade de vida abrandou consideravelmente e no inicio se ter provocado alguma ilusão de que todos os nossos problemas seriam resolvidos pela União Europeia e pela chegada dos fundos comunitários.



- O grande objetivo - A Paz - foi conseguido e esse será de certa forma o maior dos trunfos sem o qual todos os outros objetivos ficariam comprometidos.



- Do ponto de vista económico, a nossa adesão teve um efeito modernizador e abriu novas oportunidades de desenvolvimento:
- Modernizou o país pela entrada de fundos comunitários aplicados na construção de estradas e infraestruras, possibilitou o alargamento dos mercados, melhorou as condições de financiamento, reduziu a inflação e permitiu melhorias significativas na economia e na qualidade de vida das pessoas. Nos primeiros 15 anos de adesão o PIB Português passou de 53% da média comunitária para 75% o que traduz claramente o nosso crescimento e aumento de riqueza. É discutível também se a aplicação dos fundos estruturais foi gerida de forma mais eficaz, parece que muito dinheiro se esbanjou sem o correspondente aumento da nossa capacidade produtiva.



- Do ponto de vista político destacamos a consolidação da democracia e a difusão dos seus ideais. Hoje todos temos maior consciência dos nossos direitos e deveres de cidadãos livres mas comprometidos num ideal de bem comum. Apesar de frequentes abusos e denuncias pontuais que nos vão chegando pelos meios de comunicação social, considerámos que a UE teve um papel importante, através do diálogo político e da diplomacia, no apoio ao desenvolvimento das democracias. Há quem afirme que perdemos identidade e vivemos sob a influência de uma falsa liberdade porque estamos sob a alçada daquilo que a UE decidir. Não validamos esta ideia, continuamos a acreditar que temos o poder de influenciar o nosso destino, conscientes, no entanto, que quando se vive em comunidade, o bem comum deve sobrepor-se aos interesses individuais.


- Ao nível mundial, destacamos ainda, que a criação da UE acabou por destruir a bipolarização criando uma terceira superpotência. O poder, a influência e a capacidade de intervenção ficaram mais equilibrados e repartidos.



- A adesão possibilitou a projeção de Portugal no mundo, tratando-se de um país pequeno e periférico, sozinho seria sempre insignificante, integrado numa organização maior ganhou força, importância e segurança. Portugal conquistou respeito e capacidade negocial. A este propósito basta pensar nos muitos portugueses que exerceram poder nos órgãos e instituições da UE. Por 3 vezes assumimos a Presidência do Conselho da União Europeia – 1992; 2000 e 2007 e fortalecemos o nosso capital de afirmação e decisão. A adesão deu-nos dimensão e funcionou como marketing trazendo benefícios também ao nível do turismo.



- Alguns investigadores afirmam que a adesão não só não conseguiu resolver os problemas estruturais da economia portuguesa, como acabou por a agravar em alguns aspectos: criou entraves à nossa agricultura e industria e contribuiu para aumentar as nossas importações e consequente aumento do deficit. Será que a crise que hoje vivemos é um efeito da integração europeia ou o resultado da nossa fragilidade em termos económicos e da dificuldade em lidarmos de forma mais competitiva com a liberalização do comércio?

- Apesar dos ganhos não se medirem só por benefícios económicos é nítido que o funcionamento do mundo gira à volta desta lógica, hoje percebemos que não há desenvolvimento sem crescimento … ou os paradigmas se alteram ou esse será, possivelmente o maior desafio de Portugal nos próximos 25 anos."






Eurodeputados:: Jéssica Gil - porta voz; Débora Carvalho - mesa; Mónica Silva; Rute Lopes; Miriam Daniel; Leonel Marques; Paulo Baptista e André Simões

Profª responsável - Célia Vieira

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