
Saíram do banco de trás e passaram para o volante das suas próprias vidas. Talvez deveríamos ter ido mais vezes à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância. Talvez deveríamos ter prestado mais atenção ao nosso adolescente e àquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e música ensurdecedora ou totalmente melancólica, sinal de paixões intensas e eternas.
Talvez não os levamos vezes suficientes ao Oceanário, ao Jardim Zoológico, à praia, ao centro comercial, não lhes demos hamburgueses e refrigerantes suficientes, não lhes compramos todos os gelados, roupas e brinquedos que gostaríamos de ter comprado… E, eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afecto. Sem que esgotássemos todos os nossos beijos, apertões e abracitos, que agora reservam para outros… No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, Natais, Páscoas, piscinas e amiguinhos. Claro, havia sempre brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de pastilhas, o eterno “falta muito”, paragens e idas à casa de banho e cantorias sem fim. Depois veio o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a os amigos e os primeiros namorados.
Talvez não os levamos vezes suficientes ao Oceanário, ao Jardim Zoológico, à praia, ao centro comercial, não lhes demos hamburgueses e refrigerantes suficientes, não lhes compramos todos os gelados, roupas e brinquedos que gostaríamos de ter comprado… E, eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afecto. Sem que esgotássemos todos os nossos beijos, apertões e abracitos, que agora reservam para outros… No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, Natais, Páscoas, piscinas e amiguinhos. Claro, havia sempre brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de pastilhas, o eterno “falta muito”, paragens e idas à casa de banho e cantorias sem fim. Depois veio o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a os amigos e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestinhas". É o momento em que só nos resta ficar a observar de longe, apoiando, como uma âncora e observando com atenção. Velando para que acertem nas escolhas que fazem na procura da felicidade que a conquistem do modo mais completo possível. Bem, talvez seja bom esperar…A qualquer momento podem dar-nos netos. Um neto significa a hora do carinho ocio
so não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer connosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afecto. Talvez por isso seja necessário fazer alguma coisa a mais…Antes que eles cresçam... Sandra Monteiro

Sem comentários:
Enviar um comentário